Os Estados Unidos da América (EUA) são atualmente o maior produtor, exportador e consumidor mundial de pistácio, detendo 60% da produção mundial. A Califórnia tornou-se o epicentro da produção deste fruto seco, especialmente graças ao seu clima seco, à resiliência das plantações face à seca e ao solo salino, e aos elevados investimentos em promoção e apoio governamental.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, em 2023, foram consumidas mais de 1,1 milhões de toneladas de pistácios, o equivalente a 4,4 mil milhões de embalagens de 250 gramas.
Muitos agricultores da Califórnia já abandonaram a produção de amêndoas e nozes em favor do pistácio. Segundo o banco Rabobank, a rentabilidade bruta média dos pistácios atinge os 6.400 dólares por hectare, o que representa mais 20% do que as amêndoas e mais 70% do que as nozes.
Segundo o artigo publicado no El País, em 2012, existiam cerca de 153 mil hectares plantados, atualmente são cerca de 450 mil, e é esperado que este número suba para 590 mil até 2028.
A ascensão do mercado americano de pistácio deve-se, em parte, a sanções económicas e barreiras comerciais aplicadas ao Irão, outrora o maior produtor mundial. Isto levou a que, desde a campanha de 2016-2017, que os EUA se mantêm na liderança global da produção deste fruto seco, passando de uma quota de mercado de 32% para 63%. A Turquia ocupa agora o segundo lugar (15%), enquanto o Irão caiu para terceiro, penalizado por secas e geadas.
As exportações de pistácio dos EUA passaram de 64 mil toneladas em 2005 para quase 390 mil em 2023-2024. O principal destino é a China, que absorve cerca de 30% do total exportado, chegando a receber entre 43% e 56% nas épocas festivas. No entanto, a forte dependência de um único mercado gera riscos geopolíticos, especialmente agora que a China impôs tarifas de 125% sobre as importações dos EUA, incluindo pistácios.
A Europa é o segundo maior destino dos pistácios norte-americanos, com a Alemanha, Espanha e Itália a liderarem as importações. Seguem-se a Turquia, Vietname, Índia, Emirados Árabes Unidos, Canadá e México. Apenas uma dezena de mercados representa mais de 70% das exportações dos EUA.
O crescimento da indústria permitiu ainda a criação de grandes empresas, tais como a The Wonderful Company, avaliada em 6 mil milhões de dólares. Fundada nos anos 70, a empresa detém 15% a 20% das vendas de pistácio nos EUA, sendo atualmente considerada uma das marcas mais conhecidas também na Europa.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.