Um estudo realizado na China com 800 participantes concluiu que a rotulagem de alimentos geneticamente modificados (GM) influencia significativamente a intenção de compra dos consumidores, sendo o risco percebido e o conhecimento próprio fatores-chave neste comportamento.
A rotulagem de alimentos geneticamente modificados (GM) continua a ser um tema polémico no consumo alimentar — e agora, um novo estudo conduzido na China lança luz sobre como esta rotulagem afeta as decisões dos consumidores.
Com uma amostra de 800 indivíduos, o estudo analisou dois contextos distintos de produtos: óleo de soja comestível e algodão não comestível. Os investigadores procuraram compreender como os consumidores interpretam os rótulos GM e não-GM, tendo identificado dois fatores fundamentais que moldam o comportamento de compra: o conhecimento autoavaliado e a perceção de risco.
Os resultados foram claros: os rótulos GM tendem a reduzir consistentemente a intenção de compra, independentemente do tipo de produto. Em contraste, os rótulos “não-GM” tiveram um efeito positivo mais forte, especialmente nos alimentos. Esta reação é mediada pela perceção de risco — quanto maior o risco sentido, menor a predisposição para a compra.
é interessante verificar que os consumidores que se sentiam mais confiantes no seu conhecimento sobre produtos GM revelaram-se menos suscetíveis à mensagem de “aviso de risco” implícita nos rótulos. Em vez disso, basearam-se mais nas suas crenças e valores pessoais ao tomar decisões.
O estudo conclui que uma abordagem “tamanho único” na rotulagem de alimentos GM pode ser ineficaz. Os investigadores apelam a que reguladores adotem sistemas de divulgação de informação em camadas, adaptados aos diferentes estilos cognitivos e necessidades informativas dos consumidores. Também recomendam que as empresas abandonem a ideia do “consumidor idealizado” e invistam em estratégias de comunicação mais inclusivas, que transmitam informação clara e acessível a diversos perfis de consumidores.
Mais informação no artigo publicado na revista GM Crops & Food.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.