Se tudo correr bem, no próximo verão já poderá provar um medronho com sabores a fruta e pouco teor alcoólico cujo processo de desenvolvimento está em fase final em São Pedro de Sólis, Mértola.
“Medronho Bottle” é o nome dado por Ludovico Gago a uma ideia simples, mas que tem já muito trabalho por trás.
Nasceu em França há 37 anos, filho de pai algarvio, de Alcoutim, e mãe alentejana, de Serpa, mas veio para Mértola com apenas cinco anos. No início o seu futuro perspetivava-se na engenharia eletrotécnica, área em que é licenciado pela Universidade de Faro. No entanto o destino e o mercado de trabalho trocaram-lhe as voltas e a agricultura tornou-se o seu porto de abrigo.
O final do curso coincidiu com uma altura de crise e os ordenados na área eram “muito baixos”. Chegou a trabalhar na área, mas a fazer trabalhos para os quais tinha qualificações a mais, e em lojas da especialidade o que ficava aquém das suas expectativas. Nas conversas com os pais, sobre a sua situação profissional, os baixos ordenados eram tema recorrente, até que a mãe o “despertou para a agricultura”. A família tinha adquirido uma herdade com 250 hectares onde geria um negócio agropecuário.
Os pais cederam-lhe uma parte do terreno para se poder iniciar na atividade que ao princípio apontava noutra direção. “Pensei primeiro em olival, porque era o que estava a dar”, mas umas conversas com técnicos do Crédito Agrícola do Algarve e a análise da terra na Direção Geral de Agricultura sugeriam o medronho como alternativa.
“Comecei a estudar a cultura do medronho e depressa conclui que era uma boa aposta até porque é resiliente em situação de seca”. No início a ideia […]