A Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches desempenha um papel bastante importante no apoio à atividade agrícola. Como avalia esse papel e os respetivos impactos económicos e sociais do mesmo?
Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches desempenha um papel fundamental no apoio à atividade agrícola na região, oferecendo aos seus associados diversas vantagens e benefícios. Em primeiro lugar, a Cooperativa permite a concentração de oferta da produção dos associados, o que possibilita criar lotes homogéneos e promover a sua valorização pelo incremento de dimensão para promover interesse industrial, sendo responsável pela respetiva laboração e comercialização dos produtos.
Além disso, a Cooperativa disponibiliza o fornecimento de fatores de produção adquiridos em conjunto com equidade de preços, independentemente da dimensão da exploração.
Outra vantagem importante é a existência de estruturas de armazenamento de cereais e azeite, o que permite aos produtores aguardar por evoluções favoráveis de mercado e garantir melhores preços pelos seus produtos. A Cooperativa também coloca à disposição apoio técnico de campo aos seus associados, o que ajuda a melhorar a qualidade e produtividade das culturas.
Em suma, a Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches desempenha um papel importante no apoio à atividade agrícola, oferecendo benefícios que incluem a concentração de oferta, fornecimento de fatores de produção, estruturas de armazenamento, apoio técnico de campo e a criação de dimensão e valorização da produção agrícola, com impactos económicos e sociais significativos.
Que serviços e estruturas a Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches coloca à disposição de todos os associados?
No que respeita à cerealicultura a Cooperativa possui pontos de receção e silos de armazenamento em Beja, Serpa, Cuba e Pias, além de possuir secadores de milho em Beja e Serpa. Na olivicultura, a Cooperativa oferece lagares em Beja e Brinches, postos de receção em Beja, Brinches, Serpa, Pias e Vale de Vargo, capacidade de armazenamento em Brinches, Serpa e Beja, e capacidade de embalamento em Brinches.
Relativamente à compra e venda de fatores de produção a Cooperativa tem estado a aumentar a sua capacidade e neste momento possui lojas em Beja, Brinches, Serpa, Pias e Vale de Vargo, para facilitar o acesso dos agricultores aos fatores de produção.
Além destes serviços e estruturas, a CABB oferece um departamento técnico de
campo para apoiar os seus associados nas suas culturas, na elaboração de candidaturas ao pedido único, parcelário e no apoio à Produção Integrada e à Agricultura Biológica e respetivo Aconselhamento.
Posso dizer que os associados sentem-se apoiados e acompanhados pela Cooperativa e pelas suas infraestruturas, gerando confiança e isso tem facilitado a evolução e transformação das suas culturas, com
os devidos impactos no desenvolvimento do sector na região.
Como avalia o estado atual do sector agrícola?
O sector agrícola tem sido um sector com bastante resiliência e evolução, embora pese várias dificuldades como a atual aplicação do novo PEPAC, com perdas significativas para os produtores, bem como a antagónica conjuntura mundial derivado ainda da pandemia e dos efeitos da guerra na Ucrânia que, como consequência, originou aumentos energéticos e dos fatores de produção e ainda que se tenham verificado aumentos nos produtos produzidos, estes são muitas vezes insuficientes para cobrir os aumentos dos custos de produção, verificando-se também uma instabilidade dos mercados que mais tarde ou mais cedo jogará contra o sector.
A Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches tem crescido significativamente de ano para ano no sector olivícola. Foi uma aposta ganha da parte da Cooperativa e dos seus associados e até onde perspetiva esse crescimento?
A CABB considera que o crescimento no sector olivícola tem sido positivo até ao momento, mas não o vê como uma aposta ganha definitiva, mas sim como uma aposta que tem corrido bem. Acredita-se que o crescimento continuará nos próximos 3 ou 4 anos, com um posterior abrandamento. Nesse sentido, a Cooperativa está a aumentar as suas capacidades de receção, transformação e armazenamento e a melhorar os seus serviços para se adaptar a esse crescimento.
Artigo publicado na Revista Espaço Rural nº 153 – Continue a ler a entrevista aqui
Artigo publicado originalmente em CONFAGRI.