Os animais comem parasitas e evitam a utilização de produtos químicos, ao mesmo tempo que fertilizam os campos.
Na África do Sul alguns produtores de vinho estão a usar centenas de patos para controlar as pragas de parasitas nas vinhas. Os animais comem os insetos e os caracóis, por exemplo, substituindo assim o uso de vários tipos de pesticidas.
Quem visitar a cidade de Stellenbosch, a alguns quilómetros da Cidade do Cabo, poderá deparar-se com vários bandos de patos a deambular pelas vinhas locais.
Naquela que é uma das regiões vinícolas mais importantes do país, centenas de patos estão a ser utilizados como método de controlo de pragas.
“Chamamos-lhes os soldados das vinhas. Quando atravessam as vinhas, comem todos os pequenos insetos, por isso, não é preciso pulverizar pesticidas para detetar pragas nas vinhas, eles [patos] mantêm-nas livres de pragas. Eles são os cuidadores das nossas vinhas”, contou Corius Visser, diretor de uma vinha sul-africana.
Durante o crescimento das uvas, os animais comem os parasitas e evitam a utilização de produtos químicos.
Contudo, nem todos os patos são indicados para esta tarefa. Após muita pesquisa, os viticultores chegaram à conclusão de que a raça de patos corredores indianos é a mais indicada.
“Eles não bamboleiam como os patos normais, eles andam. Têm uma postura vertical e as suas longas pernas ajudam-nos a comer os caracóis dentro das vinhas. Quando estão lá em cima, entre as folhas, podem alcançá-los e comê-los lá”, revelou o diretor.
Fáceis de domesticar, os patos das vinhas ajudam também à fertilização do solo que é essencial para o desenvolvimento das uvas.
A África do Sul é o nono maior produtor mundial de vinho. Os mais de 4.500 produtores empregam quase 250 mil pessoas, num negócio que rende quase três mil milhões de euros todos os anos.
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