Cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo conjunto de ferramentas CRISPR tudo-em-um, que promete revolucionar a forma como se fazem experiências de grande escala para editar genes em plantas. O estudo foi publicado na revista científica The Plant Cell.
A tecnologia CRISPR é conhecida por permitir aos investigadores editar o ADN de forma precisa, como se estivessem a corrigir erros num texto. Mas até agora, fazer este tipo de edição em larga escala nas plantas era um verdadeiro desafio. Esta nova “caixa de ferramentas” vem mudar isso.
Com um total de 61 vetores (ou seja, instruções genéticas), este sistema permite aplicar praticamente todas as técnicas mais utilizadas de edição genética: desde alterações em letras específicas do ADN (como a troca de citosina ou adenina), até à ativação de genes específicos — tudo num só pacote. E o melhor: funciona em diferentes tipos de plantas, incluindo arroz e tomate.
Para testar a eficácia desta ferramenta, os cientistas criaram coleções de pequenas “guias” genéticas (chamadas sgRNAs) para editar células de arroz. Assim conseguiram, por exemplo, modificar um gene chamado ACETOLACTATE SYNTHASE, o que levou à criação de variedades de arroz mais resistentes a herbicidas.
Noutro teste, usaram a ferramenta em plantas Arabidopsis para ativar um gene que controla o momento da floração, chamado FLOWERING LOCUS T. O resultado? As plantas floresceram muito mais cedo do que o normal.
Esta inovação representa um passo importante para a agricultura e a investigação em biologia vegetal. Com esta ferramenta, será possível estudar melhor o papel dos genes nas plantas e desenvolver culturas mais resistentes, produtivas e adaptadas às mudanças climáticas.
Leia o estudo em The Plant Cell.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.