A FDA (agência norte-americana para os medicamentos e alimentos) aprovou o consumo de carne proveniente de porcos geneticamente editados para resistirem a uma das doenças mais devastadoras da suinicultura: a Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (PRRS).
Esta doença viral, responsável por enormes perdas económicas no setor — mais de 560 milhões de dólares por ano só nos Estados Unidos — causa falhas reprodutivas, problemas respiratórios graves e elevada mortalidade entre leitões. Além disso, obriga ao uso intensivo de antibióticos.
Através da tecnologia CRISPR, a empresa britânica Genus conseguiu desativar um recetor celular que o vírus PRRS usa para infetar os animais. O resultado: porcos imunes a 99% das estirpes conhecidas da doença.
O gene é modificado na fase embrionária, garantindo que a resistência se transmite às gerações seguintes. Segundo a FDA, a carne destes porcos é segura para consumo humano.
Os benefícios vão além da saúde animal: espera-se uma redução no uso de antibióticos e uma diminuição de até 5% das emissões de gases com efeito de estufa na produção de carne de porco nos EUA.
Embora a aprovação da FDA seja um marco, a empresa procura agora autorizações noutros mercados estratégicos, como o México, Canadá, Japão e China. A comercialização nos EUA deverá arrancar em 2026.
Este avanço coloca a edição genética na linha da frente das soluções para uma pecuária mais sustentável, mas levanta também novas questões:
→ Aceitarão os consumidores carne editada geneticamente?
→ Como será feita a rotulagem?
→ Que impacto terá isto nas práticas agrícolas a longo prazo?
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.