[Fonte: Diário de Notícias]
Agricultura e pescas tem sido um dos setores mais dinâmicos da economia. Há mais empresas e nesta área de atividade passou-se de prejuízos a lucros.
Portugal está a ganhar empresas. E tem sido na agricultura e pescas que mais têm germinado novas sociedades. Entre 2013 e 2017, o número de empresas nesse setor cresceu mais de 31%, segundo um estudo do Banco de Portugal divulgado nesta semana. O número de empresas aumentou em mais de 4200, para 17 613.
O ritmo da criação de empresas na agricultura e pescas é mais de quatro vezes superior ao de todas as atividades económicas. Entre 2013 e 2017, o número de sociedades não financeiras em Portugal subiu 7%, totalizando mais de 400 mil empresas.
José Martino, engenheiro agrónomo e presidente da empresa de consultadoria agrícola EspaçoVisual, aponta a crise como uma das explicações para o regresso à agricultura. “A crise económica e social que se abateu sobre Portugal em 2011 gerou uma taxa de desemprego muito elevada e motivou um olhar diferente sobre a agricultura. Esta ganhou importância pela produção de bens transacionáveis”, realça ao DN/Dinheiro Vivo.
O especialista explica ainda que em “2013 estava em pleno funcionamento o quadro europeu de ajudas públicas ao investimento na agricultura, que deu importantes apoios a jovens que se quisessem instalar pela primeira vez na agricultura e a menos jovens que tivessem interesse em investir no setor primário”.
Além da agricultura e pescas, o setor que registou um maior crescimento de empresas entre 2013 e 2017 foi o de outros serviços. Nesse período, apenas na construção houve uma quebra no número de empresas. A nível geográfico foi nos Açores e no Algarve que se assistiu a um maior crescimento no número de empresas, com subidas de 12,3% e 9,1%, respetivamente.