A opinião dos comerciantes e dos consumidores em relação à medida do IVA zero não difere. Ambos estão descontentes com a pouca influência na variação de preços.
O Governo anunciou esta segunda-feira um conjunto de alimentos do cabaz essencial atualmente taxados a 6% e que vão passar, a partir de abril, a estar isentos de IVA.
No mercado de Benfica, os comerciantes e consumidores dizem que a medida não vai ter qualquer impacto para combater a inflação.
“Não vai fazer grande diferença. As coisas estão muito caras, tirar 20 cêntimos, 10 cêntimos não vai resolver nada”, afirma.
Depois de ser conhecida a lista de alimentos essenciais com IVA zero, os consumidores falam em poupanças mínimas e reclamam que o Governo deveria implementar apoios reais.
“O problema está no facto de as pessoas ganharem muito pouco em termos de reformas, e, naturalmente, o poder de compra perde-se cada vez” conclui.
Os vendedores deixam claro que será a lei da oferta e da procura a ditar os preços, e não o baixar do IVA para os zero por cento em (poucos) alimentos.
Esta medida, que deverá entrar em vigor dentro de 15 dias, vai custar 550 milhões ao Estado e estará em vigor durante o prazo de seis meses.
Mesmo antes de serem conhecidos os alimentos que constam na lista do IVA zero, a SIC fez as contas a um possível cabaz de alimentos com IVA a 6%.Os resultados mostram que a compra de 25 produtos custou 61,38 euros. Deste valor, 3,68 euros representam os 6% do IVA. O que significa que, se a medida do Governo já estivesse em vigor, esta compra ficaria por 57,70 euros.