O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) manifestou esta segunda-feira “alguma apreensão” devido ao novo coronavírus (Covid-19), que pode ter impactos na agricultura ao nível da “contenção de exportações” de produtos agrícolas.
“Em relação ao impacto que o coronavírus possa trazer para a agricultura, esses impactos poderão refletir-se na exportação”, afirmou Eduardo Oliveira e Sousa. Isto, “se houver, como há nos outros setores, contenção de exportações e de consumos porque os mercados se vão ou se estão a fechar durante este período, enquanto a população não se habituar a viver com esta nova situação de saúde pública, como aconteceu com a gripe das aves há uns anos ou com outras epidemias”.
Questionado pelos jornalistas acerca do Covid-19, o responsável argumentou que “o coronavírus é um assunto que tem a ver com saúde pública”, mas é preciso estar atento. Os agricultores “são pessoas como todas as outras” e “têm de ter os devidos cuidados para tentarem minimizar e saber viver com esta situação que está a atingir a população de uma forma geral”, mas, no que diz respeito ao setor especificamente, “estamos atentos, temos alguma apreensão sobre o assunto, mas não estamos, neste momento, preocupados”, frisou.
“Não estamos em crer que os Governos não encontrem solução de conviver com essa matéria”, afirmou Eduardo Oliveira e Sousa, reiterando que, “pontualmente, poderão começar a surgir reflexos” da situação económica provocada pelo Covid-19 “principalmente na exportação de produtos” agrícolas, mas não a nível nacional.
No país, ou seja, “em termos de consumo dos produtos a nível nacional, não creio que haja problema nenhum, desde que as pessoas tomem em consideração as regras que são emanadas pela Direção-Geral de Saúde”, assinalou.
“Como todas as medidas económicas, como todos os setores económicos, havendo uma contenção do consumo, havendo uma contenção das exportações, isso vai ter impactos económicos. Quais são as medidas a tomar? Terão de ser abordadas num contexto genérico que o próprio Governo há de tomar a iniciativa de trazer à nossa discussão”, limitou-se a acrescentar o presidente da CAP.