Nos últimos meses, nas últimas semanas, o IVA zero no cabaz de alimentos considerados essenciais era um erro.
O modelo já tinha sido experimentado em Espanha e, dizia o Governo, sem resultados práticos para quem compra. Não seria através da descida do imposto que o consumidor – eu prefiro dizer cidadão – notaria a diferença na fatura. E, à boleia desta constatação, já testada mesmo aqui ao lado, o Governo entendia que não deveria abdicar da receita do IVA gerada pela venda dos alimentos essenciais. Com a política das “contas certas”, de números mágicos nas Finanças, indicadores económicos sempre a subir e uma arrecadação de impostos verdadeiramente extraordinária, baixar o IVA, ainda por cima sem garantias de sucesso, soava a disparate.
Nas últimas semanas, a técnica de comunicação passou por diabolizar os distribuidores. Acusar os grandes grupos económicos da distribuição de arrecadarem lucros excessivos à custa da inflação, de terem subido as margens de lucro, de serem os responsáveis pela ganância em tempo de guerra. No espaço público, a indignação deixou de ser contra o Governo e passou a ser contra os distribuidores, primeiro, e os produtores, depois, uma vez que eram eles que ficavam com os lucros “exorbitantes” da subida dos preços dos bens essenciais. Uns e outros, distribuidores e produtores, […]
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