Dois investigadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos da América (EUA), desenvolveram uma tecnologia que faz com que plantas de tomate geneticamente modificadas mudem de cor, adquirindo um tom vermelho vivo, quando os níveis de azoto no solo são baixos.
“Estamos a usar um sinal vindo das raízes, onde a planta primeiro deteta que há falta de azoto, e transformamo-lo num pigmento visível”, explicou Jacob Belding, um dos responsáveis pelo projeto, membro do laboratório de Abraham Stroock e professor na Escola de Engenharia Química e Biomolecular de Cornell. “Assim conseguimos ver que a planta está ‘com fome’ de azoto antes de chegar ao ponto de carência severa”, referiu.
Assim, a equipa desenvolveu tomateiros capazes de expressar um pigmento vermelho quando a concentração de azoto na zona das raízes é insuficiente. Os diferentes tons de vermelho refletem variações na disponibilidade de nutrientes, oferecendo uma leitura visual imediata.
A nova ferramenta, denominada RedAlert Living Sensors e criada no âmbito do Centro de Investigação em Sistemas de Plantas Programáveis (CROPPS), da National Science Foundation, é descrita pelos investigadores como tendo potencial para “revolucionar a agricultura sustentável”.
Segundo os investigadores, as plantas-sensor poderão ajudar agricultores, horticultores e produtores hidropónicos a determinar quando e onde aplicar fertilizantes, evitando o uso excessivo de azoto, uma problemática que afeta a qualidade da água e promove a proliferação de algas nocivas.
A equipa prevê ainda o desenvolvimento de uma aplicação móvel que permitirá correlacionar a cor das folhas das plantas-sensor com os níveis de azoto no solo, permitindo que mesmo pequenos agricultores possam monitorizar os campos com um simples smartphone.
Os investigadores vão continuar agora a testar a tecnologia em estufas e ensaios de campo, com o objetivo de tornar os tomateiros-sentinela uma ferramenta acessível para agricultores em todo o mundo.
A invenção, denominada RedAlert Living Sensors, foi selecionada como finalista no “Collegiate Inventors Competition”, um prestigiado concurso organizado pelo National Inventors Hall of Fame dos Estados Unidos da América (EUA).
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.