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– 24-08-2012 |
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Carta Aberta sobre o risco de extin��o da produ��o de Leite em PortugalO sector Leiteiro Nacional, com os seus actuais 7 mil produtores de leite, dos quais 4 mil no continente, (outrora 80 mil) � entre os sectores agr�colas nacionais um dos que melhor se adapta �s novas exig�ncias da sociedade. Hoje temos vacas em estabula��o semi-livre, com zonas de recreio e descanso almofadadas, zonas de sombra e limpeza autom�ticas dos animais, ordenhas robotizadas onde os animais são massajados e zonas de alimenta��o com comida 24h por dia sempre disponível., devidamente formulada por nutricionistas. são todas estas comodidades das nossas vacas que neste preciso momento estáo em risco, devido a dois factores completamente alheios ao produtor: – O aumento do custo alimentar das nossas vacas tem sido demolidor. Actualmente, a conjuga��o entre v�rios acontecimentos climatéricos nos principais "celeiros" do planeta com a especula��o bolsista aliada ao aumento do pre�o das energias, t�m como consequ�ncia um custo alimentar por explora��o que atinge 70 a 80% da receita total dessa mesma explora��o. E agora a questáo � a seguinte: "Ser� que com apenas 20% da receita se consegue manter todas aquelas comodidades referidas para as nossa vacas, além de todos os outros custos fixos ?" Certamente que não! – O segundo factor � o pre�o pago ao produtor por cada litro de leite. As descidas de pre�o consecutivas desde o in�cio do ano, acrescidas de novas promessas de descida j� para Setembro, em completo contraciclo com os aumentos dos custos de produ��o são dif�ceis de entender e suportar pela produ��o, pois representam uma quebra de receita na ordem dos 10 a 15%. Por tudo isto, deixamos aqui o nosso grito de revolta. Porque não podemos continuar a dar todas as boas comodidades �s nossas vacas, apelamos a todos os elos da cadeia (do prado ao prato) que sejam solid�rios com a produ��o: – � Ind�stria, recordamos que o seu futuro depender� do abastecimento regular de leite em quantidade e qualidade que s� uma produ��o de proximidade pode assegurar. Ao sector cooperativo, lembramos os princ�pios e valores cooperativos, como por exemplo, a equidade, a partilha e a solidariedade entre os seus membros cooperantes; – � Distribui��o desafiamos que seja consequente com o que apregoa nas suas campanhas publicit�rias. S� � poss�vel salvaguardar a produ��o nacional de uma forma sustentada pagando pelos produtos um pre�o justo, superior aos custos de produ��o; – Ao Estado não pedimos subsídios, mas sim ferramentas legislativas que ajudem a produ��o a ter voz activa na discussão do pre�o por litro de leite pago ao produtor, tendo em conta a evolu��o dos custos de produ��o além do mercado de produtos l�cteos. As conclus�es do relatério da PARCA, Plataforma de Acompanhamento das Rela��es na Cadeia Agro-alimentar, vieram confirmar uma maior necessidade do poder negocial da Produção, que neste momento não consegue repercutir os aumentos dos custos de produ��o no valor de venda dos seus produtos; Pedimos não apenas ac��o do Governo mas Também aten��o e iniciativas dos v�rios orgãos de soberania a nível. nacional, regional e local e de todos os partidos pol�ticos. – Aos cidad�os, em particular no papel de consumidores, reafirmarmos não querer aumentar a despesa mensal com os produtos l�cteos, no entanto não podemos deixar de chamar a aten��o para as nossas dificuldades que poder�o ser atenuadas se na hora de escolher o produto na prateleira, preferirem e exigirem produtos com a marca PT (Nacionais). A todos aqueles que de uma forma directa ou indirecta lidam com os Produtores de leite deste país deixamos este apelo: – Ajudem-nos a sobreviver a esta tempestade que todos os dias dizima produtores. Acreditamos que depois da tempestade possa vir a bonan�a, mas para resistir no presente precisamos da solidariedade de todos sem excep��o, a bem da soberania leiteira Nacional, que está em vias de colapsar. Sim � partilha de esfor�os e valores; não � asfixia da produ��o! P�voa de Varzim, 24 de Agosto de 2012 Associa��o dos Produtores de Leite de Portugal
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