As declarações de um ministro espanhol sobre como a pecuária industrial está a prejudicar o ambiente e a levar à exportação de carne de baixa qualidade estão a causar um tumulto político em Espanha.
A polémica começou um dia a seguir ao Natal, quando o jornal britânico “The Guardian” publicou uma entrevista a Alberto Garzón, o ministro do Consumo de Espanha. O governante defendeu o pastoreio tradicional “como meio ambientalmente sustentável de pecuária”.
“Isso é sustentável. O que não é nada sustentável são as chamadas mega-quintas”, disse. “Encontram uma aldeia num pedaço despovoado de Espanha e colocam quatro, cinco ou dez mil cabeças de gado. Poluem o solo, poluem a água e depois exportam a carne de má qualidade desses animais maltratados”.
As reações não se fizeram esperar. Isabel Rodríguez, porta-voz do Governo, alegou que Garzón estava a falar a título pessoal, acrescentando que a pecuária é “uma prioridade absoluta” e elogiando a “altíssima qualidade” da produção.
Mas Garzón rejeitou ter falado em nome próprio. “O que disse, disse como ministro do consumidor. Não há outra forma de o ver, tratando-se de uma matéria que também é da competência do Ministério do Consumo”, afirmou, numa entrevista à “Cadena Ser”. “Não estou a dizer nada de novo. Estou apenas a retransmitir o que os cientistas dizem. Todos sabem que a criação industrial de carne causa poluição e emite gases de efeito estufa. A Europa abriu um processo contra Espanha por causa do nível excessivo de poluição”.
Críticas de todas as frentes e pedidos de demissão
Em comunicado […]