A existência de stocks elevados poderá pôr em causa a estabilidade do mercado quando se antecipa que a próxima vindima possa ser “generosa”. Medida aplicar-se-á apenas aos vinhos DO e IG tintos e rosados
Portugal tem estado a negociar com a Comissão Europeia a possibilidade de promover uma destilação de crise, financiada por meios comunitários, de modo a escoar o mercado de vinhos excedentários. Em causa poderão estar mais de 40 milhões de litros em stock, em regiões como Lisboa, Alentejo e Douro, o que está a preocupar o setor. Negociações com Bruxelas estão “muito bem encaminhadas”, abrangendo apenas os vinhos tintos e os rosados com Denominação de Origem (DO) e Indicação Geográfica (IG).
O excesso de vinho no mercado não é um exclusivo nacional. O pedido de negociação de uma operação de destilação de crise partiu de Portugal e França, e foi secundada por Espanha e Itália. Diz quem sabe que a situação não foi fácil de negociar, atendendo a que os franceses se dispunham a suportar a retirada de excedentes com fundos nacionais.
Já em fevereiro notícias várias davam conta da disponibilidade do governo francês para suportar uma destilação de crise, com verbas de 160 milhões de euros. Na região de Bordéus é esperado que os produtores venham a arrancar 10 mil hectares de vinha para equilibrar a produção nos próximos anos. Uma medida com um custo estimado de 100 milhões de euros.
Por cá, os números estão no segredo dos deuses. Há quem garanta que só a região de Lisboa se propõe destilar 30 milhões de litros. O Douro tem cerca de 7 a 8 milhões de litros de stocks a mais, falta perceber o que têm as restantes regiões. O que se sabe é que o tema tem estado a ser negociado já há cerca de mês e meio e […]