O mês de março de 2024 foi considerado o mais quente já registado no Globo com uma temperatura média de 14.14°C, 0.73 °C acima do valor médio 1991-2020 (Fig. 1). Estima-se que o mês tenha sido cerca de 1.68°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900. Este é o décimo mês consecutivo mais quente já registado para o respetivo mês do ano.
Europa
O valor médio da temperatura média do ar foi + 2.12°C acima do valor médio 1991-2020, sendo o 2º mais quente desde o inicio dos registos.
Março de 2024 registou temperaturas iguais ou superiores à média de 1991-2020 em quase toda a Europa As maiores anomalias ocorreram nas regiões central e oriental do continente. A Alemanha e os Países Baixos registaram o seu mês de março mais quente desde o início (1881 e 1901, respetivamente). No final do mês, muitos países mais a leste, incluindo a Croácia, Letónia e Moldávia, igualaram ou ultrapassaram os anteriores recordes nacionais de temperaturas elevadas.
Em relação à precipitação, em março, o tempo foi mais húmido do que a média, na maior parte da Europa Ocidental, com tempestades que provocaram fortes precipitações na Península Ibérica e no sul de França. Também foi mais húmido do que a média nas regiões da Escandinávia e do noroeste da Rússia. No resto da Europa foi predominantemente mais seco do que a média, destacando-se a Noruega com valores muito inferiores à média.
Portugal Continental
Março de 2024 foi normal em relação à temperatura do ar e muito chuvoso em relação à precipitação (Fig. 2).
O valor médio da temperatura média do ar, 12.43 °C, foi muito próximo do valor normal 1981-2010
(+0.01 °C).
O valor médio da temperatura máxima do ar, 17.23 °C, foi -0.34 °C inferior ao normal, sendo o 11º mais baixo desde 2000. O valor médio da temperatura mínima do ar, 7.63 °C, foi 0.36 °C acima da normal, sendo o 4ª mais alto desde 2000 (mais altos: 2001, 2003 e 2006).
Durante o mês destaca-se por um lado os valores baixos de temperatura no inicio do mês (1 a 9) e no final do mês (25 a 31) e, por outro lado, o período quente entre 15 e 24 de março com ocorrência de uma onda de calor nalguns locais do interior norte e Centro do território.
Em relação à precipitação, registou-se um total de 177.8 mm, quase 3 vezes o valor médio 1981-2010, sendo o 16º março mais chuvoso desde 1931 e o 4º desde 2000. Durante o mês registou-se precipitação intensa, por vezes forte, nos períodos de 1 a 3 na região Norte e litoral Centro e nos dias 7 e 8 e 26 a 30 em todo o território.
Desta forma a situação de seca meteorológica que ainda se verificava na região Sul terminou no final do mês de março.
Em Portugal continental o mês de fevereiro de 2023 classificou-se como normal em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação (Fig. 1).
No mês de fevereiro, em Portugal continental, o valor médio da temperatura média do ar, 9.94 °C, foi muito próximo do valor normal 1971-2000, com uma anomalia de -0.04 °C.
O valor médio da temperatura máxima do ar, 15.78 °C foi superior ao valor normal com uma anomalia de +1.40 °C, sendo o 12º mais alto desde 1931. O valor médio da temperatura mínima, 4.11 °C, foi 1.47 inferior ao valor normal, sendo o 6º mais baixo desde 2000.
Durante o mês verificaram-se valores de temperatura máxima do ar quase sempre acima do valor médio mensal, bem como valores de temperatura mínima do ar quase sempre inferiores à normal, sendo de realçar os períodos de 2 a 7 e de 23 a 28 com valores muito inferiores à média mensal.
Em relação à precipitação, o mês de fevereiro foi extremamente seco, com um total de precipitação de 10.7 mm que corresponde apenas a 11 % do valor normal.
Durante o mês de salientar a precipitação ocorrida no distrito de Faro nos dias 8, 9, 14 e 15, com ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada
De acordo com o índice de seca PDSI, verificou-se um aumento das áreas em seca fraca e seca moderada na região Sul; distritos de Setúbal e Beja, com muito locais em seca moderada; a 28 de fevereiro 15 % do território estava em seca fraca e 13 % em seca moderada.
O artigo foi publicado originalmente em IPMA.
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