Os prados, pastagens e culturas forrageiras registaram um desenvolvimento vegetativo residual, habitual no Inverno devido às baixas temperaturas e formação de geadas, referem as previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Janeiro.
Acrescentam os técnicos do INE que o início de ciclo “decorreu com normalidade, com boa germinação e povoamentos homogéneos, embora algumas pastagens mais sensíveis ao frio (por exemplo, com mais luzerna) apresentem uma coloração acastanhada”.
“Como é comum nesta altura, a matéria verde das pastagens é insuficiente para suprir totalmente as necessidades forrageiras dos efectivos pecuários explorados em regime extensivo, sendo por isso suplementados com fenos, palhas, silagens e/ou alimentos concentrados, em quantidades que se consideram normais para a época do ano e muito semelhantes ao registado em igual período do ano anterior”, realçam as previsões do INE.
Janeiro muito frio e seco
O mês de Janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como muito frio e seco2 A temperatura média, 8,0º C, apresentou um desvio de -0,8º C para a normal (1971-2000), tendo sido o quarto Janeiro mais frio dos últimos vinte anos.
Esta situação de frio generalizado, com vasta abrangência territorial, iniciou-se em 24 de Dezembro e estendeu-se pelas duas primeiras décadas de Janeiro, tendo-se registado em alguns dias (5, 6, 12 e 13) temperaturas mínimas inferiores a 0º C em mais de 70% das estações meteorológicas.
Quanto à precipitação, o valor médio de 90,8 mm correspondeu a 77% da normal (117,3 mm), sendo que os valores mais significativos de precipitação verificaram-se entre 20 e 31 de Janeiro.
No final de Janeiro, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, voltou a verificar-se o aparecimento da classe de seca fraca em algumas zonas do Baixo Alentejo e do Algarve (numa área correspondente a 12% do território continental). A classe normal abrange 62% do território e as classes chuva fraca e chuva moderada os restantes 26%.
O teor de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, manteve-se próximo ou mesmo igual à capacidade de campo4 em grande parte das regiões Norte e Centro. No Baixo Alentejo e Algarve, e em particular nalgumas zonas com menor precipitação em Janeiro, observavam-se valores inferiores a 60%.
O artigo foi publicado originalmente em Agricultura e Mar.