O candidato do Chega à presidência da Câmara de Santarém, Pedro Correia, defendeu hoje a criação de um polo tecnológico para a inovação agrícola e alimentar, e anunciou a intenção de promover uma auditoria externa às contas do município.
Durante uma visita à Associação de Caçadores de Santa Marta, onde participou num almoço com associados, Pedro Correia afirmou que Santarém precisa de “uma zona industrial do século XXI”, centrada na investigação, tecnologia e empreendedorismo.
“Queremos um polo tecnológico ligado ao mundo rural, com parcerias com a Escola Superior Agrária, o Politécnico de Santarém, a Universidade Nova e a Universidade Católica”, disse.
O candidato referiu que o projeto será “a coluna dorsal” do plano estratégico do Chega para o concelho, com implementação prevista já no primeiro mandato.
“É uma semente lançada ao território, que dará frutos a médio prazo, como aconteceu na Maia e em Oeiras”.
Pedro Correia criticou ainda o que considerou ser a ausência de um verdadeiro plano de combate à corrupção na Câmara Municipal, classificando o documento anticorrupção aprovado pelo executivo neste mandato como “um texto de má consciência, sem eficácia nem concretização”.
Entre as medidas propostas, destacou a criação de um regulamento para a atribuição de subsídios extraordinários e o desenvolvimento de uma aplicação digital que permita consultar, em tempo real, todos os contratos públicos celebrados pelo município.
“Não somos contra os apoios às associações culturais, desportivas ou recreativas. Somos contra a forma como esses apoios são atribuídos, sem critérios claros e sem regulamentação”, afirmou, defendendo que a Câmara deve seguir o exemplo de outros municípios que já adotaram regras específicas para este tipo de apoios.
O candidato anunciou também a intenção de contratar uma auditoria externa às contas da Câmara e das empresas municipais, abrangendo o atual e anteriores mandatos, caso seja eleito nas eleições de dia 12.
“Queremos tornar Santarém uma referência em transparência”, afirmou, acrescentando que o passivo da autarquia ascende a cerca de 94 milhões de euros, incluindo dívida à banca e processos de contencioso.
Sobre a campanha, Pedro Correia disse que o Chega tem tido “uma aceitação extraordinária” nas ações de rua e que a candidatura tem estado ativa há vários meses. A campanha oficial inclui visitas a associações e freguesias, com encerramento previsto com um jantar em Santarém.
O executivo municipal de Santarém é atualmente composto por quatro eleitos do PSD e quatro do PS, num acordo de governação que distribui pelouros entre os dois partidos. O Chega tem um vereador.
São candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santarém o atual presidente da câmara, João Leite (Coligação PSD/CDS-PP), Pedro Ribeiro (PS), José Rui Raposo (CDU), Pedro Correia (Chega), Pedro Mendonça (coligação Livre/BE) e Rodrigue Devillet Lima (IL).