Na ultima Assembleia Geral da ADACO , os agricultores trouxeram os principais problemas que afetam a agricultura no Distrito de Coimbra, sendo aprovado o envio de uma Exposição ao Ministro da Agricultura e Assembleia da República, reclamando a tomada de medidas urgentes.
Os principais problemas são:
È URGENTE SALVAR A PRODUÇÃO NACIONAL DE VINHO
Face às importações maciças de vinho espanhol por parte dos armazenistas de vinho, os produtores de vinho do distrito de Coimbra, passam por uma situação de estrangulamento financeiro.
Ainda recentemente um grande armazenista na região centro importou 150 mil litros de vinho espanhol a 35 cêntimos/ litro, preço muito abaixo dos custos de produção, originando que muitos produtores da região, fiquem com milhares de litros de vinho em casa, sem possibilidade de escoamento.
Segundo os produtores, um preço justo de venda na produção terá que andar na casa dos 1;30€/litro .
O Governo tem que criar medidas urgentes para garantir o escoamento da produção nacional, a preços justos minimamente compensadores.
CORTES NAS AGRO-AMBIENTAIS TÊM QUE SER REPOSTOS NA TOTALIDADE
As penalizações pelos cortes brutais em Janeiro de 2024 de 25% na medida da Produção Integrada e de 35% na da Agricultura Biológica, ainda não foram pagos
Na verdade até hoje apenas 10% das penalizações foram repostas, quando foi prometido pelo Ministério da Agricultura que haveria reposição na totalidade dos cortes efetuados.
A ADACO reclama do Ministério da Agricultura a reposição urgente nas contas dos agricultores, do total das verbas cortadas.
O GOVERNO TEM QUE TOMAR MEDIDAS EFETIVAS PARA RESOLVER O GRAVE PROBLEMA DOS PREJUÍZOS CAUSADOS AOS AGRICULTORES PELOS JAVALIS E OUTROS ANIMAIS SELVAGENS
De facto, é um problema que se arrasta há muito tempo, que atingiu no terreno uma
dimensão e um descontrolo total, sem que o ICNF e o Governo tenham tomado as
medidas adequadas e eficazes, com a mobilização dos meios públicos para isso
indispensável.
Os enormes prejuízos causados aso pequenos e médios agricultores no Distrito
de Coimbra, são na sua maioria causados pelo Javalis, mas também nalgumas
regiões do distrito, por Veados e Corças.
Há também o perigo real de se precipitarem problemas graves com a (falta de)
Sanidade destes animais, com destaque para a peste suína africana a partir dos
Javalis.
Apela-se para que haja respostas concretas e imediatas por parte do ICNF e do
Governo às seguintes reclamações:
— A atribuição de “indemnizações”, de forma expedita e desburocratizada, aos lesados
a partir de levantamento de prejuízos, a fazer, designadamente, pelos serviços do
Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e do ICNF.
— O controlo da densidade, da capacidade reprodutiva e da mobilidade das populações
destes animais selvagens, com destaque para os Javalis, bem como o controlo do seu
estado sanitário. Isso recomenda a elaboração, urgente mas participada, de “Planos
Públicos de Contingência” para esses efeitos com medidas a organizar e a executar
pelo Ministério do Ambiente e pelo ICNF, ouvidas as organizações representativas
dos agricultores..
O GOVERNO TEM QUE TOMAR MEDIDAS PARA DEFENDER A PRODUÇÃO DE MILHO EM PORTUGAL
A situação agravou-se drásticamente porque:
1 – O preço do milho na produção agora ultrapassa os 220€/tonelada; No final de 2022 era vendido a 330€/tonelada ou seja o produtor chega a perder 110€ tonelada no espaço de pouco mais de um ano.
2 – Os Industrias da compra do milho estão a recusar receber milho nacional, pois quando contactados dizem que estão a abarrotar de milho; isto acontece fruto das importações mais baratas e desnecessárias.
Reclamamos do Governo:
É urgente que:
3 – O Governo crie medidas urgentes para escoamento da produção nacional, a preços justos minimamente compensadores
4 – Que o Governo acione urgentemente os mecanismos Nacionais e Europeus para que a partir de 2024 entre Setembro e Dezembro (altura do escoamento nacional) se façam apenas as importações necessárias de milho, até que a produção nacional seja escoada.
Os elevados preços dos fatores de produção são outro grande obstáculo para os produtores, e não se entende neste momento os elevados preços dos adubos, quando os ingredientes para a fabricação dos mesmos, estão muito mais baratos, como é o exemplo da ureia.
Coimbra, 26 de Abril de 2024