A área de vinha para produção de vinho na região agrária do Alentejo aumentou 23 por cento na última década. De acordo com os dados do último Recenseamento Agrícola, há agora 27 843 hectares de vinha na região.
Texto Marta Louro
O maior crescimento ocorreu na instalação de vinhas para a produção de vinho com denominação de origem protegida (DOP), que ocupam agora uma área de 18 718 hectares, mais 58,7 por cento do que no último recenseamento. Ainda assim, em 10 anos, houve uma diminuição de 6,8 por cento das explorações.
Refira-se que, para efeitos estatísticos do INE, a região inclui todos os concelhos integrados na Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), mas também os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines que fazem parte dos Vinhos da Península de Setúbal.
O presidente da CVRA, Francisco Mateus, justifica esse aumento de 23 por cento com o “interesse dos viticultores em investirem e aumentarem o seu potencial de produção”. Nos últimos anos, “tem havido um grande interesse em plantar mais vinha no Alentejo, e os números estão à vista. Temos crescido de acordo com a vontade da região”.
“Estamos, neste momento, com um crescimento sustentável e, obviamente que isso contribui para a valorização do vinho, e, portanto, garantimos também, um futuro mais sustentável, no que diz respeito à atividade que a vinha e o vinho têm no Alentejo. O nosso principal sucesso é a sustentabilidade e a qualidade dos produtos que oferecemos para o mercado”, garante.
Francisco Mateus lembra que desde 2016 o modelo de autorizações de plantação de novas vinhas “teve uma alteração e passou a basear-se, no Alentejo, nas recomendações” feitas pela própria região. “Desde então, as áreas que recomendamos ao Governo, todos os anos, têm sido aceites. Tem havido essa plantação que vai aumentando todos os anos, mas dentro do limite daquilo que consideramos que é adequado, porque também não defendemos que a região cresça sem qualquer tipo de regra e sem qualquer