A população dos insetos, que constituem cerca de dois terços de todas as espécies terrestres, pode encontrar-se em risco devido à combinação destes fenómenos
“Um mundo em constante aquecimento e com agricultura intensiva está a fazer com que as populações de insetos caiam para quase metade, em comparação com as áreas menos afetadas pelo aumento da temperatura e agricultura industrial”, afirmaram investigadores na quarta-feira.
Os cientistas mediram a abundância de insetos e o número de espécies em áreas de todo o mundo e comparam com insetos em habitats mais ‘primitivos’.
O estudo publicado na revista Nature descobriu que o duplo golpe do aquecimento global e da redução dos habitats não atingiu apenas os números populacionais de cada espécie, mas também provocou uma queda de 27% na diversidade de espécies.
“As reduções são maiores nos trópicos”, disse à AFP a principal autora do estudo, Charlie Outhwaite, do Centro de Biodiversidade e Pesquisa Ambiental da University College London.
Mas a escassez de dados de regiões tropicais, que são mais ricas em biodiversidade, significa que o declínio global de insetos provavelmente é pior do que os números do estudo sugerem, afirma Outhwaite.
Os cálculos também podem ser muito conservadores porque as áreas usadas para avaliar as mudanças – embora as mais imaculadas do planeta – já foram degradadas até certo ponto pela atividade humana.
Apesar de estar de acordo com estimativas anteriores de declínio de insetos, as novas descobertas são baseadas em diferentes metodologias.
Cobrindo 18.000 espécies, que englobam de besouros a borboletas e abelhas, o estudo baseou-se em 750.000 pontos de dados coletados de 1992 a 2012 em 6.000 locais. […]