Centro Pinus arrasa eficácia do PDR2020. Organização lamenta que o novo quadro de ajudas até 2027 “continue a excluir os mesmos” e pede celeridade no “Vale Floresta”
A associação Centro Pinus está “preocupada” com o “insucesso” do PDR2020, depois de concluir que só uma parte residual da área da floresta de Portugal continental foi apoiada ao longo dos últimos sete anos, um cenário que teme venha a repetir-se até 2027, por não ter havido mudanças adequadas.
“Em sete anos, a área de espécies florestais com projetos aprovados representou apenas 2,4% da floresta”, de acordo com o relatório anual do Centro Pinus a que o Dinheiro Vivo teve acesso, no qual também se constata que a maior parte das candidaturas para a prevenção dos incêndios não avançou por falta de verbas.
A preocupação de João Gonçalves, presidente da associação, acentua-se quando sublinha que “os apoios não estão a chegar às regiões do país onde seriam mais precisos, nem aos proprietários que importaria ajudar”. E lamenta que o “Vale Floresta” esteja atrasado.
Num balanço do capítulo relativo à floresta do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2014-2020, o Centro Pinus, apesar de reconhecer que a área financiada “terá sido superior aos 77 734 hectares de espécies florestais com projetos aprovados até 2021, este valor representa apenas 2,4% da floresta do continente em sete anos de execução” do quadro de apoio.
Disparidade
Entre as cinco medidas consideradas no PDR2020 para a floresta, a que mais aflige João Gonçalves é precisamente a que tem a ver com a prevenção dos incêndios: “Repare, há cerca de 400 mil proprietários florestais, mas só a medida da prevenção apenas recebeu 2214 candidaturas”.
Apesar da discrepância entre a quantidade de donos de terrenos e de candidaturas, o Centro Pinus assinala que esta foi a segunda medida com mais candidaturas apresentadas. E isso até poderia ser motivo de consolação não fosse haver […]