A diretora do Instituto Nacional de Biodiversidade e Conservação Ambiental (INBAC) disse hoje, em Luanda, que Angola está consciente que poderá ser penalizada pelo fenómeno de queimadas anárquicas que o país regista.
Albertina Nzunzi, que falava em conferência de imprensa, frisou que o país assumiu vários compromissos, aderindo a várias convenções internacionais, e por isso, está preocupada com a situação.
Estão em curso várias ações, sobretudo de sensibilização das comunidades, adiantou.
“Neste momento, Angola pode ter simplesmente uma advertência, por causa dos compromissos assumidos. O país tem de mostrar à comunidade internacional o que está a fazer em relação a isso”, sublinhou.
A responsável frisou de que há consciência que este crime ambiental está a “devastar muitas áreas e a perigar a biodiversidade”, contudo, é possível controlá-lo.
“A maioria dessas queimadas acontece quando os populares estão a preparar a suas lavras, é um trabalho que tem que ser feito para sensibilizar e ensinar as comunidades que esta prática não beneficia a agricultura”, disse Albertina Nzunzi, salientando que os caçadores furtivos utilizam igualmente este método para a sua atividade.
Segundo a diretora do INBAC, o trabalho de sensibilização envolve as administrações municipais e provinciais, para estancar esse problema, que afeta todas as áreas do país.
“Estamos a ter bons resultados na sensibilização, com o envolvimento das autoridades locais, nomeadamente diretores provinciais e administradores municipais”, destacou.
Em agosto de 2019, Angola chegou a ser listada pela agência espacial norte-americana, NASA, como tendo o maior número de incêndios florestais no mundo, chegando a registar em dois dias 6.902 fogos, mais que o dobro notificado no Brasil, principalmente na Amazónia.
Na altura, o Governo angolano argumentou que a realização de queimadas é natural em alguns períodos do ano, em várias regiões do país, devido ao aproximar da época agrícola, sendo esta uma prática secular, que “está longe de assumir proporções incontornáveis”.
Em outubro do mesmo ano, os Serviços de Proteção Civil e Bombeiros manifestaram preocupação com o aumento de casos, registando mais de 360 mil ocorrências, comparativamente a 2018.