A agricultura é, por excelência, a actividade que trabalha para e com a Natureza necessariamente numa relação simbiótica. Actualmente temos assistido, e cada vez com mais frequência e intensidade, a fenómenos climáticos extremos e extemporâneos, com grandes prejuízos para a produção de alimentos de qualidade e em quantidade.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a CNA relembra que a Agricultura Familiar e o Modelo Agroecológico, praticados em explorações de pequena e média dimensão, têm um potencial enorme da resposta que os Povos e o Ambiente necessitam.
As políticas públicas nacionais e internacionais devem apoiar as explorações agrícolas de pequena e média dimensões, com produções adequadas ao território, à biodiversidade, ao solo e à água, dando uso (para preservar) ao património genético das produções agrícolas tradicionais, com o objectivo de produzir alimentos para um consumo de proximidade.
Assim, a concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, com mais e melhores apoios públicos à Agricultura Familiar é uma reclamação a que urge dar resposta concreta por parte do Governo.
A crescente autonomia e autossuficiência das explorações agrícolas familiares (ex. com a diminuição dos consumos intermédios), são factores que colocam a agricultura camponesa na linha da frente na resposta às alterações climáticas, com a diminuição da produção de resíduos, com uso parcimonioso dos recursos, e na manutenção das paisagens que garantem a resistência dos territórios e das populações.
O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado anualmente a 5 de Junho, foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972.
Artigo publicado originalmente em CNA.