O desespero dos agricultores lesados por prejuízos causados por animais selvagens não para de aumentar face a ataques frequentes, às dificuldades e demoras no pagamento das devidas indemnizações e à falta de soluções para o problema.
Associações filiadas na CNA e muitos agricultores têm reportado à Confederação continuadas investidas de lobos e javalis nas suas explorações agro-pecuárias, que resultam em elevados prejuízos que dificultam ainda mais a situação financeira de muitas explorações.
Recentemente, do Planalto Mirandês chegaram imagens desoladoras de um rebanhos atacados pelo lobo, situação que se tem vindo a repetir.
Os agricultores familiares são os primeiros a defender o Meio Ambiente e Biodiversidade, mas não têm condições de arcar com os custos da conservação do lobo e, a manter-se a situação, os ataques de lobos serão mais um factor a contribuir para o abandono da actividade agrícola e pecuária nas zonas afectadas, já de si economicamente muito vulneráveis, sendo os pequenos e médios produtores familiares os mais prejudicados.
A CNA e as suas Filiadas há muito que denunciam este problema, apresentando propostas e reclamado medidas concretas para o resolver, como aconteceu numa reunião de associações do Norte e Centro do País, para analisar a situação dos apoios aos prejuízos.
Mas, até hoje, os prejuízos provocados nas culturas, florestas e explorações pecuárias por animais selvagens mantem-se sem resposta e a alimentação destes animais não pode ser feita à custa do trabalho e do investimento dos agricultores.
A resolução deste problema é uma prioridade para a CNA e integra o conjunto de 8 Medidas Urgentes, do Caderno de Reclamações aprovado na Marcha Lenta de Agricultores, promovida pela CNA e Filiadas, em Vila Real, a 7 de Fevereiro.
O Governo tem de garantir a atribuição de indemnizações justas, de forma expedita e desburocratizada, aos lesados a partir de levantamento de prejuízos e apoios excepcionais a todos os que praticam pecuária em zona de conservação do lobo ibérico, pois sustentar o lobo está a ficar caro aos agricultores.
O artigo foi publicado originalmente em CNA.