A Federação Agrícola dos Açores avisou hoje que não aceita cortes na agricultura no próximo Plano e Orçamento da região para 2026, considerando que o setor enfrenta “necessidades prementes” ao nível das infraestruturas.
“Em relação ao investimento para 2026, claramente para a agricultura nós não vamos aceitar cortes, como é óbvio. Essa é uma situação que neste momento é impensável pela continuação do investimento que é preciso ser feito na área da agricultura”, afirmou Jorge Rita.
O dirigente falava na sede da Presidência, em Ponta Delgada, após uma reunião com o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, que recebeu hoje os partidos e parceiros sociais a propósito da elaboração do Plano e Orçamento para 2026.
O líder dos agricultores açorianos defendeu que o setor tem “necessidades prementes” ao nível das infraestruturas, dando como exemplo os caminhos agrícolas, o abastecimento de água e luz às explorações ou a modernização dos matadouros.
Jorge Rita apontou 2026 como um “ano fundamental para a economia da região” devido à execução do Plano de Recuperação e Resiliência e defendeu a criação de um “calendário indicativo dos pagamentos regionais” à agricultura.
“Mais do que falar dos milhões, para mim será sempre muito mais importante falar nas execuções, que neste momento ainda estão muito baixas, com expectativa que possam vir a melhorar muito”, salientou.
O dirigente adiantou que a verba inscrita para agricultura no Plano e Orçamento para 2026 deverá rondar o valor inscrito nos documentos deste ano de cerca de 78 milhões de euros.
“Durante este ano retirou-se verbas da agricultura e nós obviamente denunciámos que não estávamos satisfeitos. Depois houve uma reposição a nível nacional, que é extremamente importante que também haja [em 2026]”, afirmou, referindo-se à cobertura dos apoios do POSEI assumidos pelo Governo da República.
A discussão e votação do Plano e Orçamento dos Açores para 2026 vai acontecer em novembro na Assembleia Legislativa Regional.
O Plano e Orçamento da região para 2025 foram aprovados em novembro de 2024 com os votos a favor do Chega e dos partidos da coligação do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo PS, BE, IL e PAN votado contra.
O executivo saído das eleições legislativas antecipadas de 04 de fevereiro de 2024 governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outros partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.