Estudo técnico-científico prova que abacate é das culturas com menor consumo de água e fundamental para a diversificação produtiva.
Em entrevista do jornalista Miguel Sousa Tavares a S. Ex.ª o Primeiro-Ministro, foi lançada ao Dr. António Costa a questão do problema da água no Algarve, questionando-o mais adiante sobre a plantação do abacate, como grande consumidor.
Os dirigentes e sócios da União Empresarial do Algarve, feita uma profunda análise ao que visionaram, vêm tornar pública a sua indignação e protesto por aquilo a que assistiram.
Antes de mais, é de referir que a maior parte dos produtores de abacate são nossos sócios. Não procuramos polémicas, nem nos queremos envolver em polémicas. Por isso, encomendámos um estudo, sobre o assunto, à empresa mais conceituada do mercado, que apresentámos à comunicação social, há cerca de dois meses.
O estudo foi feito pela AGROGES, sendo estranho que não seja de conhecimento das entidades.
Apesar de numa entrevista não dar para aprofundar muito, contudo, não podem ficar no ar inverdades, meias-verdades ou meias mentiras.
Por isso em defesa da região, agricultura e agricultores, a União tem o direito e obrigação de os defender, com a verdade:
- O que foi falado é danoso para a economia regional e nacional, prejudicando a imagem do produto e milhões de euros de investimentos;
- Salienta-se, o facto inacreditável de nenhuma verdade ter sido dita sobre os assuntos em título, que respeitam à agricultura;
- Não é aceitável que nenhum enquadramento estratégico tivesse sido feito;
- Ficou no ar uma ideia gravíssima, que a agricultura do Algarve não contar para efeitos da diversificação produtiva regional;
- Ao contrário do jornalista, que nem referiu qualquer outra cultura, pondo sobre o abacate todo o peso do consumo de água entre as diferentes culturas, isso não é verdadeiro. Até é ao contrário, pois no grupo das culturas mais representativas, como por exemplo os citrinos, o abacate com um consumo de 5.500/6.500 m³ha/ano, é das que menos consome. Aliás, os pomares de abacate são os que em termos de rega e nutrientes, são computadorizados com alta precisão, da mais avançada da Europa. O abacate é também dos que menos tratamento fitossanitários utiliza, não é gerador de poluição e em termos de saúde, lidera na prevenção e na cura de muitas doenças;
- Quanto à água disponível, como sempre temos dito, além das perdas provocadas pela tubagem velha, a causa principal do desperdício são os muitos milhões de m³ que vão diretamente da serra para o mar, pelo abandono dos poderes públicos dessas zonas. Falta a florestação, para retenção de água das chuvas e reforço dos aquíferos subterrâneos;
- Quanto às soluções aprovadas no programa de resiliência e gestão de recursos hídricos do Algarve, esclarecemos que foi anunciado pelo Sr. Ministro do Ambiente e já foi aprovado por Bruxelas, uma dessalinizadora, o reforço da água a partir do Guadiana, o tratamento de águas residuais e o combate às perdas nas tubagens obsoletas;
- Também quanto à diversificação produtiva, tem sido muito estudada pela ALGFUTURO e a conclusão é que a agricultura é indispensável nesse processo, sendo o abacate uma das principais produções, pois neste momento apenas tem uma área ocupada que não chega a 2.000 ha
Faro, 15 de Setembro 2021
A Comissão Executiva da ALGFUTURO
Estudo sobre abacate no algarve mereceu aprovação unânime: Produção gera 40 milhões de receita anual