O Governo Regional dos Açores enviou, em conjunto com o executivo da Madeira, uma carta à ministra da Agricultura, solicitando “respostas urgentes e adequadas para o aumento dos custos de produção do setor agrícola e pecuário”.
A informação é revelada hoje no portal na Internet do Governo dos Açores, indicando que a missiva é assinada pelos presidentes dos executivos açoriano, José Manuel Bolieiro, e madeirense, Miguel Albuquerque.
Na carta, os governantes solicitam que no Conselho de Agricultura, no próximo dia 17 de janeiro, em Bruxelas, “Portugal defenda junto dos restantes Estados-membros e da Comissão Europeia a necessidade de ser encontrada, ao nível europeu, uma resposta adequada à presente crise, em particular para as regiões mais vulneráveis, como as Regiões Ultraperiféricas” (RUP), é referido na nota.
“Como é do conhecimento geral, nos últimos meses os custos de produção do setor agrícola têm conhecido um agravamento forte e contínuo, devido ao aumento dos preços dos diversos fatores de produção, em particular dos cereais utilizados para a alimentação animal, dos fertilizantes e dos combustíveis”, pode ler-se na carta que foi remetida a Maria do Céu Antunes.
De acordo com a nota do executivo açoriano, os governos dos Açores e da Madeira salientam que “o impacto da crise se faz sentir em todo o setor agrícola da União Europeia” e é “particularmente agravado nas regiões autónomas portuguesas em consequência de todos os fatores que determinam a sua condição ultraperiférica”.
Na carta, os executivos regionais lembram ainda que a necessidade de ter em consideração as RUP foi reconhecida, por iniciativa de Portugal e Espanha, nas conclusões do Conselho da Agricultura de dezembro de 2021 sobre o Plano de Contingência “para garantir o abastecimento alimentar e a segurança alimentar em tempos de crise”.
“Esta situação crítica, em parte gerada pela crise da covid-19 é muito preocupante e tem tido um forte impacto negativo nos setores agrícolas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, pondo já em causa a viabilidade e continuidade de muitas explorações agrícolas e atividades conexas”, sublinham ainda na mensagem dirigida à titular da pasta da Agricultura no Governo da República.