O contexto de fragilidade inicial dos países do projeto europeu, mais preocupados com a sua recuperação do que com políticas de defesa, colocou a Europa em dependência estratégica dos EUA.
O caminho que a Europa (leia-se CEE/UE) tem realizado para a criação de um novo Estado, de cima para baixo, tem sido minado pela história (ou pelas histórias) e pela realidade (ou realidades, com interesses muitas vezes divergentes). Para que tal Estado fosse possível, seria necessário um consenso político (muito complexo) e de interesses (ainda mais complexo), entre realidades soberanas, com lógicas distintas e visões do mundo ainda mais distantes.
Os EUA necessitaram de uma guerra civil para fazer a centralização de recursos e de poder no estado federal, só assim foi possível ter uma estratégia nacional coerente (os interesses de comércio livre dos estados agrícolas do sul não combinavam com o protecionismo de um norte industrializado, mas pouco competitivo). Na Europa, a violência das duas guerras promoveu a criação das comunidades, passada a memória da guerra, com paz e mais peso histórico, torna-se ainda mais difícil a criação de uma nova entidade agregadora.
Paralelamente, em anos de populismo, que aproveitam toda a divergência, e de um poder absurdo da burocracia de Bruxelas, que […]