O primeiro-ministro diz em entrevista à SIC que “a banca está mal preparada para o que são as necessidades da economia” nacional e que “devia ser mais amiga do investimento”.
Em declarações feitas aquela estação de televisão, António Costa acusa a banca de “estar excessivamente dependente do crédito ao consumo e imobiliário”. Por isso assegura o Governo tem tentado encontrar formas alternativas de financiamento.
“O que temos feito é encontrar formas alternativas de financiamento, para além dos fundos comunitários, dos mecanismos de contratualização do Banco Europeu de Investimentos, adotamos um sistema fiscal particularmente amigo das empresas que a própria União Europeia sinalizou como o segundo mais vantajoso da UE”, afirmou.
Ainda assim, o primeiro-ministro garante que os números que tem “disponíveis dão conta de uma diminuição da dívida privada de 48%, das famílias e das empresas”, entre 2012 e 2017.
Mas Costa deixa um alerta. “Todos devem estar conscientes que a economia tem ciclos, e como dizia o ministro das Finanças não há um elixir da economia permanente”.
No entanto, o também líder do PS, salienta o “abrandamento económico que já tinha sido previsto por nós há cinco anos” e que levou o Executivo a rever em baixa as previsões de crescimento de 2,3% em 2019, para 2,2%. Ainda assim, uma previsão mais otimista do que as restantes instituições internacionais. Costa garante ainda que as “empresas estão confiantes em continuar a trajetória no mercado interno e externo”.
Costa preferiu realçar os “sinais de grande confiança no futuro da economia portuguesa”, desde logo ao nível de investimento. Um investimento que adianta é “investimento empresarial”, sobretudo em “bens duradouros e como tal não gere tensão na economia”.
Costa lembrou que foram contratualizados pela AICEP 1100 milhões de euros, e que existem 2 mil milhões de investimento em apreciação.
“Na execução do Portugal 2020 já temos 8,9 mil milhões de euros de investimento empresarial aprovado no âmbito do sistema de incentivos, dos quais 5 mil milhões estão a entrar em execução agora”, disse António Costa.
Já sobre as exportações, Costa admitiu que o “ritmo está a abrandar”, mas esclarece que “temos vindo a manter um ritmo de crescimento positivo”, enaltecendo que as exportações nacionais atingem hoje os 44% de peso do PIB. E insistiu que a prioridade do Governo é para manter.
“O objetivo [deste Governo] é de continuar o crescimento económico, bom emprego, reduzir as desigualdades e ter as contas certas”.