A amendoeira comprovou os seus efeitos benéficos na conservação dos solos, nomeadamente nas encostas e em zonas de declive.
Cerca de 79% dos mais de 800.000 hectares desta cultura em Espanha e Portugal são de sequeiro, o que também ajuda a combater as secas crónicas em várias regiões destes países.
A erosão dos solos e as secas são dois grandes desafios para o setor agrícola de Portugal. No entanto, existe um produto sustentável capaz de contribuir positivamente em ambos os casos: a amêndoa europeia.
Em concreto, muitos amendoeiros são plantados em encostas especialmente vulneráveis à erosão hídrica, ajudando a reduzir a perda de solos quando usadas práticas culturais adequadas. É o que confirma um estudo europeu realizado em 2008 em Espanha e Itália, que concluiu que a árvore “é capaz de proteger o solo em zonas […] com elevado risco de degradação”. Os responsáveis pelo projeto observaram que a manutenção desta cultura “tem uma influência positiva devido ao aumento da atividade microbiana”.
Acresce que, sendo uma espécie tipicamente mediterrânica, a amendoeira é uma das espécies mais resistentes ao stress hídrico. Este fator torna-a particularmente apta a adaptar-se a ambientes propensos à seca, como o Alentejo e Trás-os-Montes, onde se tem registado uma expansão significativa desta cultura nos últimos anos.
E como este fruto seco é produzido na Europa, o mesmo constitui uma garantia de qualidade, segurança e sustentabilidade. Estes são três dos principais objetivos da União Europeia, que inspiram as normas e regulamentos do Modelo de Produção Europeu, um dos mais exigentes do mundo. Neste sentido, 79% da superfície plantada com amendoeiras na Península Ibérica é cultivada em sequeiro, o que garante uma gestão responsável dos recursos hídricos. E uma elevada percentagem é já reconhecida como biológica.
Sustentabilidade social e economia circular
Esta cultura é também sustentável do ponto de vista económico e social, na medida em que proporciona recursos e oportunidades de crescimento em zonas rurais em risco de despovoamento.
E contribui para a economia circular: da casca à pele, todas as partes do fruto podem ser utilizadas como alimento, biomassa para a produção de energia ou substâncias para medicamentos. Para além disso, os benefícios da amêndoa europeia não se limitam ao ambiente, uma vez que também possui um perfil nutricional muito completo.
Por todas estas razões, o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS) e a associação espanhola SAB-Almendrave juntaram-se para lançar o projeto “Sustainable EU Almond”, cofinanciado pela União Europeia, que visa dar a conhecer todas estas qualidades sustentáveis de um alimento que protege o solo, reduz consumo de água, dinamiza a economia rural e promove estilos de vida saudáveis. Um produto comprometido com um futuro mais ecológico… e bem mais saboroso.
Para mais informação, visite a página sustainablealmond.eu.
Fonte: Spanish Almond Board-Almendrave e CNCFS