O reavivar do conceito dos baldios e a aposta em árvores autóctones foram algumas das soluções apontadas hoje, sábado, no debate que teve lugar durante o Encontro de Povos Serranos, na Serra da Lousã. Especialistas e habitantes dos concelhos que integram a Serra da Lousã reuniram-se no segundo ponto mais alto da serra, no Santo António da Nave, Castanheira de Pera, para debater a necessidade de se repensar o território, após os trágicos incêndios que assolaram o Pinhal Interior, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos.
Durante o debate, apontou-se para o turismo, para a necessidade de se criar mais riqueza com a floresta e para a aposta em folhosas mais resistentes às chamas. “São precisas grandes soluções para que daqui a dez anos a situação não se repita”, defendeu o engenheiro florestal e editor da “Foge Comigo!”, Armando Carvalho, um dos oradores do debate, que decorreu ao ar livre.
As soluções, vincou, não precisam de implicar muito dinheiro – aliás, “dinheiro a mais não é a solução, inibe a imaginação” -, mas sim criatividade e compromisso entre entidades e populações.
O engenheiro florestal recordou que uma área de sobreiros conseguiu abrandar a propagação do incêndio numa aldeia de xisto no concelho de Penela, sublinhando que é necessário “ampliar aquilo que a natureza está a dizer”.
O argumento foi corroborado pelo biólogo Carlos Fonseca, utilizando o exemplo dos medronheiros, que conseguem “atuar quase como um contra-fogo natural”.
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