A Quercus relembra a importância das boas práticas agrícolas para manter o solo como sumidouro de carbono estratégico e reprova a central solar Sophia devido a impactos ambientais graves (1). Esta mega central e a da Beira, cuja consulta terminou em Outubro, são incompatíveis com a preservação dos valores ambientais e culturais desta região. Nenhuma delas pode ser implementada. As manifestações realizadas no sábado, 15 de Novembro, no Fundão e em Castelo Branco corroboram esta evidência com o movimento de cidadãos a engrossar, de dia para dia.
Tendo em conta a proximidade das eleições autárquicas a Quercus Castelo Branco definiu uma estratégia para dar visibilidade às questões ambientais. 1ª fase – Sensibilizar a população através do visionamento do documentário “A Carta: Uma Mensagem Para a Nossa Terra” realizado a partir da “Carta Encíclica Laudato SI’ do Papa Francisco (2). Pretendia-se envolver o pároco e os elementos de cada uma das Junta de Freguesia do Distrito. Foram todas convidadas mas só a Junta de Freguesia de Póvoa de Moinhos e Caféde reuniu as condições necessárias para a sessão que se realizou a 21 de Julho, com sucesso. 2ª fase – Realizar debates com os candidatos autárquicos em todos os concelhos do Distrito. Em Maio começámos à procura do apoio de ONG locais. A fraca adesão, com excepção da ASTA, GPSA, MC Gardunha Sul, CEENTAA e PTF, reduziu os onze possíveis debates aos Concelhos de Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão. A Quercus convidou os candidatos a apresentar as suas propostas políticas tendo em conta a realidade do distrito em 2045. A Quercus descreveu esta realidade em dois cenários especulativos mas plausíveis (3), tendo em conta o que se passa agora na região. Um resulta da continuidade das políticas actuais, em que se privilegia o crescimento económico, o outro resulta de se privilegiar a arte/cultura e a agricultura/floresta (com práticas próximas da natureza). Estes debates, realizados entre 3 e 17 de Setembro, envolveram 21 candidatos de todos os partidos mas apenas 190 cidadãos. À excepção da Rádio Cova da Beira, que cobriu o debate no Fundão, os meios de comunicação não deram a devida visibilidade a esta iniciativa. A Quercus quis fomentar um ambiente de esperança activa, capaz de agregar e mobilizar vontades e entidades, ONG, academia e cidadãos na resolução da crise actual. E considera cada debate como a primeira de várias sessões para analisar as especificidades de cada Concelho – os problemas, as soluções e os desejos da população. Pretende-se continuar a envolver todos os candidatos interessados, eleitos ou não. A Quercus lançou o desafio para que, a partir dessa informação, seja imaginado um cenário de mudança em cada concelho. É muito importante dizer não a todas as Sophias que surjam mas, mais importante, é formular um desejo colectivo que impossibilite este tipo de propostas. Urge definir o que queremos para que as políticas regionais e municipais o possam concretizar. O cenário de mudança dará sentido e guiará o processo de transformação colectiva que vai alimentar-se da inteligência do lugar (4). Entretanto a Quercus está a envolver as escolas na criação destes cenários.
O trabalho excepcional que os cidadãos, dentro dos vários movimentos, têm realizado comprova a existência do poder da inteligência coletiva para a acção política. A energia de mudança existe, está activa e a ganhar cada vez mais adeptos. Vamos tornar esta ameaça no motor da transformação que urge fazer?
Fonte: Quercus












































