A Administração Nacional das Áreas de Conservação moçambicana vai vedar 100 campos agrícolas para reduzir, em cerca de 30%, os casos de conflito entre o homem e os animais, um programa a ser implementado no sul de Moçambique.
“Temos como meta para este programa a vedação de cerca de 100 machambas [campos agrícolas] que vai impactar pouco mais de 6.000 famílias e prevemos também que tenhamos uma redução dos casos de conflito homem – fauna bravia em cerca de 30%”, disse Pejul Calenga, diretor-geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) de Moçambique, num vídeo publicado na página da instituição.
O Programa Integrado Para a Coexistência Homem-Fauna Bravia no Sul de Moçambique está avaliado em 208 milhões de meticais (2,8 milhões de euros) e vai abranger os principais parques de conservação das províncias de Maputo, Inhambane e Gaza, no sul do país.
“Esta vedação consiste na colocação de cercados em machambas que variam de 25 a 35 hectares”, referiu Pejul, acrescentando que serão colocados cercados elétricos nos campos agrícolas.
Entre os abrangidos pelo programa estão os parques nacionais de Zinave, Banhine, Maputo e Limpopo, além da zona transfronteiriça do Libombo, localizada na província de Maputo.
“O programa também contempla a colocação de vedação em linha reta ao longo da fronteira este do Parque Nacional do Limpopo, mas também na fronteira mais a sul”, acrescentou Calenga.
De acordo com o responsável, o programa resulta de uma “combinação de esforços” entre o Governo moçambicano, representado pela ANAC, a Peace Parks Foundation e a Mozambique Wildlife Alliance.
O número de mortos devido a ataques de animais selvagens quase triplicou num ano, chegando a 159 vítimas em 2023, segundo um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano.
Mais de metade das vítimas mortais destes ataques em 2023 concentrou-se na província de Tete (70), seguindo-se a Zambézia (31), segundo os dados do INE. Só a província de Tete soma 137 mortos desde 2019, de acordo com o mesmo histórico.
“No que concerne às áreas de culturas destruídas pela ação da fauna bravia, em 2023 houve registo de destruição de 1.490 hectares, sendo a província de Gaza a que observou maior destruição (68,3%), seguida de Tete com 16,3%”, lê-se no documento.












































