A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) disse hoje que a região tem diagnosticadas duas fragilidades: a deficiente transferência de conhecimento entre empresas e ensino superior, e a questão da internacionalização.
“Temos feito, ao nível da região [Centro], vários diagnósticos daquilo que tem de mais frágil. Há duas que aparecem sempre. A frágil e deficiente transferência de conhecimento entre empresas e instituições ensino superior é uma fragilidade que estamos permanentemente a colmatar”, afirmou Isabel Damasceno, em Castelo Branco, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (InovCluster).
Para colmatar esta lacuna, a CCDRC criou recentemente o CRInove, um catalisador de inovação regional que tem este papel de aproximar o sistema científico e tecnológico das empresas.
A outra fragilidade diagnosticada passa pela questão da internacionalização, uma questão que, segundo a presidente da CCDRC, é extensível a todo o país.
“Apesar de os números terem evoluído, a questão da internacionalização continua a ser uma fragilidade. Porque é que falo destas? Porque entendo que os ‘clusters’ têm aqui um papel muito importante no combate a estas fragilidades”, sustentou.
Isabel Damasceno agradeceu o contributo permanente que a InovCluster tem dado à região: “É com todo o gosto que aqui estou e entendam esta presença como um agradecimento ao trabalho que a InovCluster tem feito ao serviço da região Centro”, disse.
Já o presidente da Câmara de Castelo Branco deixou um alerta sobre a fileira do queijo, uma das mais importantes na atividade da InovCluster.
Leopoldo Rodrigues explicou que o panorama da exploração agropecuária tem vindo a mudar, assim como a pastorícia.
“Isso tem consequências no que diz respeito à disponibilidade de leite desta região. É mais atrativo produzir carne do que leite, uma circunstância que pode vir a limitar a produção de queijo. Devemos olhar com atenção para este setor tão importante da agricultura”, alertou.
O autarca explicou também que os últimos três anos de mandato na InovCluster foram difíceis, mas muito focados.
“Pagaram-se dívidas e cobraram-se dívidas. Não foi fácil. Exigiu trabalho, resiliência e diálogo. Os resultados são hoje conhecidos e muito positivos e representam um novo passo para a InovCluster”, sublinhou.
Para o quadriénio 2025 – 2028, a vereadora Patrícia Coelho mantém-se à frente da presidência da direção e Christelle Domingos continua como diretora da InovCluster.
A InovCluster, sediada nas instalações do Centro de Apoio Tecnológico da Agroalimentar, em Castelo Branco, tem como objetivo aumentar a competitividade de dois sistemas produtivos locais e regionais e procura afirmar a região Centro de Portugal a nível nacional e internacional.
Criado em 2009, conta hoje com 148 associados, dos quais 112 são empresas, 15 são associações/cooperativas, 12 instituições de ensino superior, instituições de I&D ligados ao setor agroindustrial e agroalimentar e oito entidades públicas.
A InovCluster tem sido apoiada pelo município de Castelo Branco e é financiada pelo COMPETE (Programa Operacional Fatores de Competitividade) e pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.