Especialistas afirmam que a tendência é que a situação piore nos próximos meses. Já são 40 municípios em seca severa e 27 em seca extrema, com quase todo o sul do país afetado.
Os indicadores de seca são cada vez mais preocupantes. Depois de um mês de abril com recordes de temperatura máxima, o Governo declarou situação de seca em 40% do território nacional. Um número que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, tende a aumentar nos próximos meses.
Por norma, os meses de abril e maio costumam assegurar as últimas chuvas antes do verão, o que não aconteceu este ano.
“Tivemos o quarto abril mais quente desde 1931, sobretudo devido à temperatura máxima que esteve quase sempre acima do valor normal. Tivemos a temperatura mais alta de sempre para o mês de abril, em Mora”, afirmou Vanda Pires, do IPMA.
De modo a antecipar o agravamento da situação no verão, o Governo declarou situação de seca severa e extrema em cerca de 40% do território nacional.
São 40 municípios em seca severa e 27 em seca extrema. Quase todo o sul do país está afetado.
Os concelhos nesta situação são Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro.
Agricultores são os que mais sofrem
Ainda não há necessidade de racionamento da água para uso doméstico, mas há um setor que já enfrenta dificuldades: o da agricultura.
“A agricultura é sem dúvida o primeiro setor que recebe o impacto. Portanto é aquele que começa já a ter algumas dificuldades e que vai ter que se preparar, obviamente, e adaptar para estes meses que vão ser complicados.”
Para apoiar o setor, a ministra da Agricultura pediu apoios à Comissão Europeia.
Em comunicado Maria do Céu Antunes explica que “está ainda a ser preparada a operacionalização do pacote de medidas excecionais, no valor de 180 milhões de euros, para apoiar o setor agrícola.”
A expectativa é que os apoios possam também contribuir para a estabilização dos preços dos bens alimentares.