A Forest Impact, em colaboração com o Agrupamento de Escolas Manuel Ferreira Patrício de Évora, plantou a primeira Floresta Miyawaki dentro de uma escola, em Portugal. Este método japonês pioneiro na plantação de árvores está a ser usado para criar pequenas florestas, com o objetivo de desacelerar as mudanças climáticas, criar pontos críticos de biodiversidade e combater o crescente número de ondas de calor. Alunos, pais, professores e membros da comunidade escolar de Évora integraram a equipa de voluntários e plantaram 300 plantas de 29 espécies nativas, em 100 metros quadrados de floresta.
O Presidente do Agrupamento de Escolas Manuel Ferreira Patrício, Manuel Cabeça, destaca o papel destas ações na escola. “Queremos ajudar as crianças a crescer e a serem adultos responsáveis, preocupados com o ambiente. Queremos que que saibam que no século XXI, no tempo do excesso das redes sociais e do excesso de “presentismo”, tudo leva o seu tempo.”
Com o método Miyawaki prevê-se um crescimento mais rápido das plantas, e pela sua diversidade uma maior captação de carbono, com mais variedade de alimentos, polinizadores e pequenos mamíferos. Durante a plantação, os alunos receberam um conhecimento básico da metodologia Miyawaki e dos seus benefícios e serão, a partir de agora, os responsáveis pela manutenção do espaço.
“As florestas de Miyawaki são um tipo de floresta que ganhou destaque nos últimos anos, devido à sua capacidade de crescer e amadurecer rapidamente. Em comparação com as florestas artificiais tradicionais, que podem levar décadas para atingir a maturidade, as florestas de Miyawaki são conhecidas pela sua capacidade de atingir a maturidade num curto espaço de tempo”, destacam Manuela Madonia e Charles Cabell VI, da Forest Impact. “Estima-se que uma floresta de Miyawaki possa atingir a maturidade em apenas 10 anos, o que é muito menos que numa floresta tradicional. Podem fornecer rapidamente vários benefícios, como melhorar a qualidade do ar, prevenir a erosão do solo e criar habitats para a vida selvagem”.
Porquê o método Miyawaki?
- O método baseia-se no desenvolvimento natural das florestas. Utiliza apenas espécies autóctones, numa seleção de árvores e plantas que poderiam nascer naturalmente na área selecionada, e que trabalham em conjunto para criar uma comunidade florestal diversificada e multifacetada.
- As florestas de Miyakawi são plantadas com 3 mudas por metro quadrado. Imitando a natureza, estas florestas incluem uma grande variedade de espécies nativas, desde as camadas herbáceas e arbustivas até árvores e árvores de dossel mais altas. À medida que as plantas crescem, preenchem todo o volume de espaço acima do seu terreno e criam uma floresta densa, com 30 vezes mais superfície foliar que as florestas tradicionais geridas pelo homem.
- Antes de plantar uma floresta Miyawaki é necessário preparar o solo, até um metro de profundidade, com estrume e outros matérias orgânicos. Este solo revirado e fofo torna-se um meio onde as plantas podem enraizar-se e alcançar as águas retidas no fundo do solo.
- Podem tornar-se ecossistemas maduros em apenas 10 anos, o que representa um ritmo muito superior quando comparado ao tempo que uma floresta pode levar para se regenerar.
- São oásis de biodiversidade e suportam mais do que as florestas não nativas e geridas.
- Há um foco maior na plantação de florestas de Miyawaki nas cidades, pelos benefícios que esta metodologia traz ao espaço urbano: podem reduzir as temperaturas locais, melhorar a qualidade do ar, capturar carbono e melhorar a qualidade de vida dos moradores, além de criar um oásis natural para insetos e polinizadores, aves e mamíferos muito pequenos.
- São florestas nativas densas e de rápido crescimento, que já só provaram benefícios de adaptação às mudanças climáticas pela proteção durante inundações, prevenção de ilhas de calor e captura de CO2, mas também são locais atraentes para borboletas, aves, abelhas e pequenos animais e, por isso, um lugar agradável para as pessoas também.
- O Método Miyawaki tem sido usado com sucesso em milhares de projetos em todo o mundo, e sua popularidade está em crescimento na Europa.
Fonte: Forest Impact