O município de Sabrosa vai criar medidas de apoio aos viticultores do concelho que produzam até 15 pipas de vinho e não consigam escoar as uvas, que passarão por incentivos financeiros e um gabinete dirigido aos agricultores.
“Trata-se de apoiar diretamente as nossas famílias, cujo alicerce económico são as vinhas e as uvas que produzem, dentro das possibilidades financeiras da autarquia, contribuindo para a sustentabilidade da produção e a continuidade da atividade, ajudando-a a tornar mais atrativa para a fixação da população mais jovem”, afirmou hoje, citada em comunicado, a presidente da Câmara de Sabrosa, Helena Lapa.
O município inserido na Região Demarcada do Douro pretende apoiar as explorações vitivinícolas de pequena dimensão até 15 pipas de vinho (8.250 litros).
Viticultores manifestaram-se na quarta-feira, no Peso da Régua, para alertar para as dificuldades crescentes no escoamento da uva e a venda a preços cada vez mais baixos, enquanto os custos de produção sobem. A crise na região tem-se agravado devido às quebras na vinho, nomeadamente de vinho do Porto.
A proposta de criação do regulamento de incentivo e apoio aos viticultores do concelho de Sabrosa, no distrito de Vila Real, foi aprovada em reunião de executivo municipal e divulgada hoje.
Para a definição das medidas de apoio, decorrerá um período de discussão pública com o objetivo de recolher contributos para a elaboração do regulamento, pretendendo o município envolver os viticultores neste processo, de forma a dar resposta às suas “necessidades reais e verdadeiras”.
Entre as medidas que podem vir a ser criadas estão a atribuição de um apoio financeiro fixo por hectare à aquisição de produtos destinados ao tratamento das vinhas e das videiras, como, por exemplo, fungicidas, inseticidas, herbicidas e adubos, bem como a atribuição de um incentivo financeiro fixo e direto por pipa aos pequenos viticultores do concelho de Sabrosa que, comprovadamente no termo da vindima, não tenham conseguido escoar a sua produção de uva.
Poderá também vir a ser criado um gabinete municipal de apoio ao agricultor.
“Com esta iniciativa o município pretende dar um sinal claro de solidariedade com os nossos viticultores, peças fundamentais na história e na economia do concelho”, acrescentou a autarca.
Helena Lapa disse ainda que ter “consciência que os apoios que o município possa vir a determinar serão sempre insuficientes para as reais necessidades dos viticultores” e que espera que o “Governo central olhe para o Douro com especial atenção e urgência, uma vez que os problemas são de base estrutural e não momentâneos”.
O município, no comunicado, disse reconhecer “o papel essencial que o setor tem na economia das famílias do concelho, em que em muitos casos esta é a sua única fonte de rendimento ao longo do ano”.
No concelho de Sabrosa, a atividade vitivinícola assenta maioritariamente na pequena produção, existindo cerca de mil viticultores que, diariamente, “contribuem para a dinamização da economia local e para a preservação da paisagem”, neste que é um território classificado pela Unesco como Património Mundial.