A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi palco, no passado dia 22 de maio, do 2.º Seminário Vine & Wine Portugal, inserido numa agenda mobilizadora para a inovação empresarial, com o objetivo de reforçar a competitividade e resiliência do setor vitivinícola.
No âmbito do projeto Vine & Wine – que promove a inovação, sustentabilidade e internacionalização da área do vinho – decorreu, na parte da manhã, um encontro entre especialistas, produtores e investigadores, com o propósito de refletir sobre os desafios tecnológicos, o investimento produtivo e a internacionalização da fileira. Durante a tarde, a Adega da UTAD acolheu a apresentação das “Adegas do Futuro” e de um momento dedicado à modernização tecnológica, através da “Vine & Wine Platform”.
Na sessão de abertura, o Reitor da UTAD, Emídio Gomes, manifestou otimismo quanto aos resultados da agenda, depositando um voto de confiança nas 45 entidades que integram o consórcio, entre empresas vitivinícolas e tecnológicas, associações e entidades que promovem investigação e inovação, como universidades. “O vinho é um setor possante, com resiliência, capaz de superar os desafios que se colocam, mas é decisivo transferir o conhecimento da nossa universidade, que é histórico nesta área, para o tecido produtivo”, sublinhou.
Jorge Dias (Granvinhos), que lidera o consórcio, salientou, por sua vez, o investimento conjunto, público e privado, alavancado por fundos do PRR, que “tem permitido impulsionar os cerca de 30 Produtos, Processos e Serviços (PPS) sustentáveis”, com o objetivo de “acelerar a transição energética e tecnológica do setor”.
Enquanto Vice-Reitor para a Investigação, com responsabilidades na execução do projeto, Eduardo Rosa reforçou a necessidade de transladar os PPS para os parceiros, enaltecendo o papel da UTAD como principal referência nacional na investigação em viticultura e enologia, contando, atualmente, com 50 investigadores.
Com mais de um ano até ao final da agenda mobilizadora, Eduardo Rosa apelou às empresas tecnológicas, ao setor produtivo e aos restantes parceiros para que permanecam “unidos e coesos”, e que continuem a trabalhar para além do período de financiamento. Salientou, por fim, “o papel transformador desta agenda no setor, através da criação de PPS completamente disruptivos”.
Raul Morais, responsável pela execução física do projeto na UTAD, assegurou, no final do evento, que a academia transmontana, “que incorpora, desde a sua génese, processos tecnológicos no sistema produtivo da vinha e do vinho”, já está a transferir para as empresas “todo o conhecimento angariado nos últimos 40 anos”.
Num encontro que, segundo o investigador, veio demonstrar a aplicabilidade de alguns produtos inovadores, foram destacadas algumas tecnologias desenvolvidas pela UTAD, num total de 20 subprojetos. Entre as soluções apresentadas, salientam-se tecnologias de higienização de adegas, estratégias para aumentar a resistência da vinha às alterações climáticas, sistemas de tratamento de efluentes para reutilização da água, e fontes de energia híbrida (fotovoltaica e eólica). Destacam-se, ainda, robôs para monitorização, fertilização e colheita, bem como drones – desenvolvidos por outros parceiros – capazes de substituir os tratores na aplicação de agentes corretivos e fertilizantes.
De referir que, além do desenvolvimento tecnológico, que contribuiu para uma transição digital e ecológica, o projeto prevê a capacitação de recursos humanos, a internacionalização das empresas e a divulgação do setor da vinha e do vinho.
O projeto conta com a Commop como copromotor, que contribui para a dinamização e articulação entre os diversos agentes do setor vitivinícola nacional. No âmbito do seminário, a entidade reforçou o seu compromisso em aproximar a ciência do território, contribuindo para um setor mais sustentável, eficiente e internacionalizado.
Fonte: UTAD